O cabrito montês

12,72  c/IVA

Muito aprendi com leitores que, em sabatinas dos trinta e cinco anos, me honraram com as suas críticas, as suas dúvidas e, não raras vezes, a tentativa de transformar a minha escrita num discorrer biográfico que os aliviava.

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Muito aprendi com leitores que, em sabatinas dos trinta e cinco anos, me honraram com as suas críticas, as suas dúvidas e, não raras vezes, a tentativa de transformar a minha escrita num discorrer biográfico que os aliviava. Remetia sempre para as minhas personagens: se eu fosse “todas as personagens criadas” eu seria um super-humano que a mim próprio me não reconheceria. Nos defeitos e nas milhentas qualidades quem ousaria confrontar-se com tal acervo de virtudes que vestiam as minhas criaturas ficcionadas?

Aqui regressa, agora, o meu primeiro livro que foi, como que, pai-livro de outros que, entretanto, fui escrevendo. Quando o lancei, numa ousada edição de autor, havia em mim o sonho de ter asas. Só depois descobri que ele trazia consigo a magia de me ensinar a voar e, a espaços, lá vou tentando umas braçadas que fluem na mente liberta de que me fui fazendo.

“No princípio era o verbo”, e dele eu me tornei semeador de palavras. Descobrir a semente, escolher a jeira, cotiar expressões herdadas do povo, polir o escrever, será para mim um eterno segredo mas que hoje destapo como regra a chegar a todos.